10 de março de 2014
Com o esgotamento do modelo de crescimento vinculado à oferta de crédito o consumidor brasileiro tem que aprender cada vez mais a controlar os gastos para não aumentar o endividamento e perder o controle de seu orçamento.
Investir na educação para o consumo é fundamental, daí a importância de iniciativas como a Radionovela “Amor à Vista”, com dicas de educação financeira, lançada pela PROTESTE Associação de Consumidores em conjunto com o programa Finanças Práticas. Ela será distribuída para mais de 2 mil rádios em todo o País e ajudará de forma leve e divertida a tornar os consumidores mais conscientes ao adquirir bens e serviços.
Temos que nos habituar a não comprometer parte expressiva do salário, aposentadoria ou pensão com dívidas. O uso do crédito deve ser para a aquisição de bens mais importantes para a família, como um imóvel para moradia, por exemplo.
É fundamental que o Brasil cresça e se desenvolva para que seus cidadãos tenham emprego, renda e qualidade de vida. Mas isso não pode ser feito com a ‘financeirização da pobreza’, em que o consumo é financiado pelo endividamento das classes de menor renda.
O cenário econômico indica redução da oferta de crédito para os consumidores, e elevação das taxas de juros, e o fim das facilidades de parcelamento.
Em primeiro lugar, nunca gaste mais do que você ganha, o que indica que você terá problemas futuros. Não se iluda com oferta de crédito fácil, veja se você realmente necessita do empréstimo e se terá condições de pagá-lo no futuro.
Lembre-se que a aquisição de um empréstimo para quitar outro pode levar a um labirinto de dívidas que, muitas vezes, não tem saída. Antes de adquirir qualquer dívida, converse com sua família. Isso porque gastos imprevistos podem surgir, o que complicará sua situação na hora de pagar a dívida.
Quando assumir uma dívida, saiba todos os procedimentos para pagamento e exija-os por escrito. Leia atentamente o contrato.
Exija informações sobre as taxas de juros anuais e mensais e compare o Custo Efetivo Total (CET) entre instituições, para reconhecer a mais vantajosa de acordo com seu orçamento.
Exija o prévio cálculo do valor da dívida e veja se ela se encaixa em seu orçamento, ou seja, se é compatível com a renda.
Não assuma dívidas para outras pessoas, que podem não arcar com o compromisso. Nem forneça seus dados pela internet, meio pelo qual você poderá ser vítima de fraudes.
Sempre reserve parte de seu salário para as contas essenciais e nunca o comprometa para pagamento de dívidas.
Com o amparo do Código de Defesa do Consumidor, que completa 24 anos em setembro, cabe às entidades de defesa do consumidor reforçar as ações de conscientização e orientação educativa dos riscos e ônus a que irão se submeter aqueles que buscam crédito.
*Maria Inês Dolci é coordenadora institucional da PROTESTE Associação de Consumidores